Bombas, Uma Breve História

Embora a agricultura esteja em prática há mais de 10000 anos, os primeiros registros que temos de irrigação são devidos aos egípcios. A agricultura foi a primeira razão para o ser humano necessitar de uma bomba. Neste texto estamos considerando como “BOMBA” qualquer dispositivo destinado a recalcar (elevar) água.

Desde que os egípcios no ano 2000 AC inventaram a bomba “shadoof” ou cegonha possibilitando a irrigação nas margens do Rio Nilo, o homem continua utilizando intensamente este equipamento. Com o passar dos tempos dispositivos rudimentares, mas que ainda são usados no século XXI tiveram também aperfeiçoamentos e contaram com a descoberta de alternativas de diferentes tecnologias. Algumas destas antigas invenções, como o parafuso de Arquimedes, são utilizadas até os nossos dias, praticamente da mesma forma com que foram criadas por volta do ano 200 AC.

Os homens, inicialmente transportavam a água em potes, mas cerca de 1500 a.C. apareceu a primeira máquina de elevação de água, a picota. Posteriormente apareceram o sarilho, usado para elevar um balde, a nora e a roda persa. Todas estas máquinas eram movidas por trabalho humano ou animal. O sarilho é empregado ainda hoje no abastecimento de água.

Um dos tipos mais antigos de bomba foi o Parafuso de Arquimedes, empregado por Senaquerib, Rei da Assíria, para a irrigação dos Jardins Suspensos da Babilônia e Nínive, no século VII a.C. e posteriormente descritas em maior detalhe por Arquimedes no século III A.C.

As bombas alternativas a pistão ou êmbolo já eram do conhecimento dos gregos e dos romanos. Ctesibius, por volta de 250 A.C., inventou uma bomba alternativa movida por uma roda d’água, construída por seu discípulo Hero de Alexandria. No Museu Arqueológico Nacional de Espanha, em Madri, há uma bomba alternativa duplex, de acionamento manual, fabricada entre os séculos I e II d.C. Esta bomba foi encontrada na mina de Sotiel-Coronada en Calañas, Andaluzia, Espanha. No século XIII d.C., al-Jazari descreveu e ilustrou diversos tipos de bombas, entre outras, a bomba alternativa, o burrinho a vapor, a bomba de sucção e a bomba de pistão.

As bombas cinéticas, embora fruto de conceitos muito antigos, só vieram a ser construídas para uso real no início do século XIX. O inventor francês Denis Papin construiu uma “bomba de ar” em fins do século XVII, mas carecia de um acionador adequado. O nome deste aparelho, fole de Hesse, é uma homenagem ao patrono de Papin à época, o príncipe de Hesse.

Bombas na Linha do Tempo

2000 AC Egípcios inventam a “shadoof” (cegonha).
200 AC Ctesibius inventa a bomba recíproca;Arquimedes descreve a bomba de parafuso (que recebeu seu nome).
1580 Ramelli inventa a bomba de palhetas;Serviere inventa a bomba de engrenagens.
1650 Otto van Guericke inventa sua bomba de pistão a vácuo.
1674 Sir Samuel Morland obtém patente para bomba de êmbolo.
1738 Ural, fábrica de máquinas hidráulicas é inaugurada na Rússia.
1830 Revillion inventa a bomba de parafuso.
1840 Henry R. Worthington inventa a primeira bomba a vapor de ação direta
1851 John Gwynne registra patente com melhorias em bombas centrífugas.
1857 Jacob Edson inventa a bomba de diafragma.
1860 A.S. Cameron inventa a primeira bomba alternativa a vapor.
1911 Jens Nielsen fabrica a primeira bomba de engrenagens internas Viking.
1930 René Moineau recebe doutorado pela tese da invenção da bomba de cavidade progressiva.
1956 Flygt lança a bomba submersível de esgotos.

 

Nos últimos 4000 anos o homem vem utilizando equipamentos para suprir suas necessidades, especialmente de água, mas é provável que mesmo antes de 2000 AC, quando os egípcios inventaram a shadoof, que outras formas de “bombeamento” tenham sido utilizadas, entretanto sem registro que pudesse comprovar este fato nos dias de hoje.

No ano de 1738 foi inaugurada a primeira “fábrica” de bombas, quando a URAL iniciou na Rússia uma linha de máquinas hidráulicas. Acredita-se que até esta ocasião as bombas tinham fabricação artesanal, construídas pelos próprios inventores, em sua maioria.

No final do século 18 começam a surgir na Europa e nos Estados Unidos algumas fábricas de bombas, como PLENTY, SIMPSON, WORTHINGTON, SULZER, GOULDS, ROPER, sendo que algumas destas existem até nossos dias. Outras que apesar de terem sido adquiridas por empresas concorrentes e ficando seus nomes “esquecidos” ou em segundo plano, foram de grande importância no desenvolvimento do mercado de bombas com seus produtos e inovações.

No final do século 19 e primeira metade do século 20, ocorreram muitas fusões ou aquisições de empresas em nível local ou regional, na Europa e nos Estados Unidos . Ocorreu também o crescimento em escala mundial de fabricantes japoneses como EBARA.

Atualmente, muitas empresas fazem parte de grandes grupos com atuação mundial, nos quais estão reunidos sob a mesma direção muitos fabricantes, antes com atuação independente e concorrentes entre si. Alguns destes grupos “possuem” mais de 40 fabricantes/marcas e que também em algum momento no passado, absorveram ou se fundiram com outras, como a WORTHINGTON e SIMPSON, CLYDEUNION e BOMBAS WEIR, INGERSOLL RAND E ARO, INGERSOLL RAND e DRESSER, IDP e WORTHINGTON , ITT e GOULDS , para citar algumas da dezenas de fusões.

Fonte: Bombascentrifugas.com.br